segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Grandes nomes da poesia brasileira


CECÍLIA MEIRELES

"...Liberdade, essa palavra
que o sonho humano alimenta
que não há ninguém que explique
e ninguém que não entenda..."
(Romanceiro da Inconfidência)


Nascimento:
07/11/1901

Natural:
Rio de Janeiro - RJ

Morte:
09/11/1964



CLARICE LISPECTOR

"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..."

Nascimento:
10/12/1920

Natural:
Tchetchelnik - Ucrânia

Morte:
09/12/1977


CARLOS DRUMMOND

(...) Pois de tudo fica um pouco.
Fica um pouco de teu queixo
no queixo de tua filha.
De teu áspero silêncio
um pouco ficou, um pouco
nos muros zangados,
nas folhas, mudas, que sobem.

Ficou um pouco de tudo
no pires de porcelana,
dragão partido, flor branca,
ficou um pouco
de ruga na vossa testa,
retrato.

(...) E de tudo fica um pouco.
Oh abre os vidros de loção
e abafa
o insuportável mau cheiro da memória.
(Resíduo)

Nascimento:
31/10/1902

Natural:
Itabira - MG

Morte:
17/08/1987


FERREIRA GULAR

"Aqui me tenho
Como não me conheço
nem me quis

sem começo
nem fim

aqui me tenho
sem mim

nada lembro
nem sei

à luz presente
sou apenas um bicho
transparente
(um instante)

Nascimento:
10/09/1930

Natural:
São Luís - MA


GRACILIANO RAMOS

"Começamos oprimidos pela sintaxe e acabamos às voltas
com a Delegacia de Ordem Política e Social, mas, nos
estreitos limites a que nos coagem a gramática e a lei,
ainda nos podemos mexer"

Nascimento:
27/10/1892

Natural:
Quebrangulo - AL

Morte:
20/03/1953


JORGE AMANDO

Avô, mesmo que a gente morra, é melhor morrer de repetição na mão, brigando com o coronel, que morrer em cima da terra, debaixo de relho, sem reagir. Mesmo que seja pra morrer nós deve dividir essas terras, tomar elas para gente. Mesmo que seja um dia só que a gente tenha elas, paga a pena de morrer".
(Os Subterrâneos da Liberdade - Agonia da Noite)

Nascimento:
10/08/1912

Natural:
Itabuna - BA

Morte:
06/08/2001


LUIS FERNANDO VERISSIMO

"Um escritor que passasse a respeitar a intimidade gramatical das suas palavras seria tão ineficiente quanto um gigolô que se apaixonasse pelo seu plantel. Acabaria tratando-as com a deferência de um namorado ou com a tediosa formalidade de um marido. A palavra seria sua patroa! Com que cuidados, com que temores e obséquios ele consentiria em sair com elas em público, alvo da impiedosa atenção de lexicógrafos, etimologistas e colegas. Acabaria impotente, incapaz de uma conjunção. A Gramática precisa apanhar todos os dias para saber quem é que manda."
(O Gigolô das palavras).

Nascimento:
26/09/1936

Natural:
Porto Alegre - RS


MACHADO DE ASSIS

(...) Assim são as páginas da vida,
como dizia meu filho quando fazia versos,
e acrescentava que as páginas vão
passando umas sobre as outras,
esquecidas apenas lidas.
"Suje-se Gordo!"

Nascimento:
21/06/1839

Natural:
Rio de Janeiro - RJ

Morte:
29/09/1908



MANOEL BANDEIRA

"...o sol tão claro lá fora,
o sol tão claro, Esmeralda,
e em minhalma — anoitecendo."

Nascimento:
19/04/1886

Natural:
Recife - PE

Morte:
13/10/1968


RACHEL DE QUEIROZ

"[...] tento, com a maior insistência, embora com tão
precário resultado (como se tornou evidente), incorporar
a linguagem que falo e escuto no meu ambiente nativo à
língua com que ganho a vida nas folhas impressas. Não
que o faça por novidade, apenas por necessidade.
Meu parente José de Alencar quase um século atrás vivia
brigando por isso e fez escola."

Nascimento:
17/11/1910

Natural:
Fortaleza - CE

Morte:
04/11/2003


VINICIUS DE MORAES

"São demais os perigos desta vida
Pra quem tem paixão principalmente
Quando uma lua chega de repente
E se deixa no céu, como esquecida
E se ao luar que atua desvairado
Vem se unir uma música qualquer
Aí então é preciso ter cuidado
Porque deve andar perto uma mulher..."
Nascimento:
19/10/1913

Natural:
Rio de Janeiro - RJ

Morte:
09/07/1980